Brasileiro, natural de Sobral, no Estado do Ceará, José Antônio Maria Ibiapina, hoje venerável, nasceu em 5 de agosto de 1806. Ingressou no seminário de Olinda (Pernambuco) em 1823, onde permaneceu apenas três meses devido à morte prematura de sua mãe. Quando eclodiu a revolta antilusitana em 1824, durante a qual seu pai e seu irmão foram presos como rebeldes, o primeiro executado e o segundo condenado ao exílio, José foi obrigado a dedicar-se aos estudos jurídicos para poder exercer uma profissão e sustentar suas irmãs que continuavam na pobreza. Após se formar em Direito, tornou-se professor e depois magistrado e delegado de Polícia da Prefeitura de Quixeramobim-Ceará.

Em 2 de maio de 1834, foi eleito para o Parlamento Nacional e lhe foi confiada a presidência da Comissão de Justiça Criminal. Em 1835, ele apresentou um projeto de lei para impedir o desembarque de escravos vindos da África em território brasileiro. Mas como suas tentativas de melhorar o sistema judiciário não tiveram sucesso, ele renunciou ao cargo de juiz e, uma vez encerrado seu mandato, não renovou sua candidatura ao Parlamento e mudou-se para Recife a fim de exercer a advocacia ao lado dos mais pobres.

Em 1850, ele abandonou sua carreira jurídica, retirou-se para a solidão e voltou a cultivar sua vocação inicial e, em 1853, foi ordenado sacerdote. Foi-lhe confiada várias tarefas na diocese da Paraíba e durante a epidemia de cólera entregou-se sem reservas, tanto que o povo o chamava de “peregrino da caridade”. Fundou várias casas de acolhimento e assistência à saúde, educação cultural e moral, formação religiosa e profissionalizante nas regiões da Paraíba e do Rio Grande do Norte. Ele também organizou missões populares e fez construir igrejas, capelas, hospitais e orfanatos.